[PT-BR/EN] O som abafado do cinema brasileiro independente

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Cultura Nova Fase

Se eu te perguntar quantas empresas trabalham produzido filmes independentes brasileiros, certamente você não irá saber o nome de quase nenhuma delas (ou até mesmo de nenhuma). Isso é algo complicado até mesmo para quem é mais conectado com esse assunto (cinema), e eu devo confessar que conheço pouquíssimas empresas que trabalham nesse setor. Isso é algo tão nichado que acaba minando fortemente toda a confiança dos profissionais que arriscam nesse setor. Eu particularmente acho isso muito preocupante, por diferentes aspectos que eu irei comentar neste texto.

O nicho do cinema brasileiros independente é extremamente pequeno. Em números, trazem uma lucratividade quase “invisível” para o PIB do país, e esta acaba sendo uma das principais razões pelas quais os grandes estúdios (que já são poucos, aliás) voltem os seus olhos (e os seus investimentos financeiros, obviamente) para estes tipos de projetos mais audaciosos. Fazer cinema independente no Brasil não é nada fácil. Não apenas fazer o filme em si, mas também fazer todo o trabalho de marketing que é algo tão característico sempre que algum novo projeto está próximo de ser lançado.

Essa negligência dos investidores financeiramente mais poderosos é algo bem surreal (negativamente falando, é claro), porque ajuda a fomentar toda uma cadeia que tem como consequências a falta de reconhecimento de talentos (sejam diretores, roteiristas, atores ou atrizes) e à falta de valorização com o que já existe no mercado. Dois lados opostos de uma mesma moeda, que já vem sendo trabalhados há anos sempre de um jeito ortodoxo, como se estivessem parados no tempo. É bem verdade que o cinema independente não é muito lucrativo, mas é preciso expandir esses horizontes.

Não se trata apenas sobre uma questão de lucro (até porque o cinema na sua essência nunca foi sobre dinheiro, foi, é e sempre será sobre arte e como ela consegue impactar à vida das pessoas dentro e fora de uma sala escura em algum prédio em qualquer lugar do mundo), se trata sobre fomentar à expansão do conhecimento através de diversos prismas que não se conectam entre si (ao menos não aparentemente), justamente porque atuam em diferentes esferas sociais, políticas e majoritariamente culturais. Infelizmente, está é uma lição que o Brasil ainda vai precisar aprender no futuro.

Enquanto isso não acontece, quem realmente gosta de cinema e valoriza outras frentes que não sejam o lucro fácil que costuma ser obtido com projetos mais genéricos e dominados por uma equipe com pessoas famosas, precisa continuar acreditando no trabalho dos profissionais “invisíveis”, que muitas vezes tiram dinheiro do próprio bolso para fazer os seus próprios filmes e só conseguem algum reconhecimento nacional quando despontam em algum tipo de premiação. O caminho até que esta mudança de cenário aconteça é bastante longo, mas o lado bom é que o crescimento não para.


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[EN]

The muffled sound of independent Brazilian cinema.

If I ask you how many companies work to produce Brazilian independent movies, you certainly won't know the name of almost any of them (or even any of them). This is something complicated even for those who are more connected with this subject (cinema), and I must confess that I know very few companies that work in this sector. This is something so niche that it ends up seriously undermining all the confidence of professionals who take risks in this sector. I personally find this very worrying, due to different aspects that I will comment on in this text.

The niche of independent Brazilian cinema is extremely small. In numbers, they bring an almost “invisible” profitability to the country’s GDP, and this ends up being one of the main reasons why the big studios (of which there are already few, in fact) turn their eyes (and their financial investments, obviously) for these types of more audacious projects. Making independent cinema in Brazil is not easy. Not just making the movie itself, but also doing all the marketing work that is so characteristic whenever a new project is close to being released.

This negligence on the part of the most financially powerful investors is something quite surreal (negatively speaking, of course), because it helps to foster an entire chain that results in a lack of recognition of talent (be they directors, screenwriters, actors or actresses) and a lack of appreciation with what already exists on the market. Two opposite sides of the same coin, which have been worked on for years, always in an orthodox way, as if they were frozen in time. It is true that independent cinema is not very profitable, but it is necessary to expand these horizons.

It's not just about a question of profit (because cinema in essence has never been about money, it was, is and always will be about art and how it can impact people's lives inside and outside a dark room in some building in anywhere in the world), it is about promoting the expansion of knowledge through different prisms that are not connected to each other (at least not apparently), precisely because they operate in different social, political and mostly cultural spheres. Unfortunately, this is a lesson that Brazil will still need to learn in the future.

While this doesn't happen, those who really like cinema and value other aspects other than the easy profit that is usually obtained with more generic projects dominated by a team of famous people, need to continue believing in the work of “invisible” professionals, who many They often take money out of their own pockets to make their own movies and only achieve some national recognition when they appear in some type of award. The path until this change of scenario happens is quite long, but the good thing is that growth does not stop.


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3 comments
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Bzzz-rrr, tão verdade! É difícil saber do que é escuro, né? Infelizmente, a transparência é uma coisa rara no cinema indie brasileiro. Esse som abafado é fruto da falta de apoio e reconhecimento. Vamos ajudar a mudar isso, gente! #hivebr

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Uma boa solução seria apostar em alguns documentários em parceria com a netflix. Trazer algumas áreas icônicas ou personalidades.

Ex: Futebol: Dos jogos de rua às quadras